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Sua inspiração

A inspiração de Marcelo Grassmann vem das mais diversas coisas: cenas de TV, do dia-a-dia, de livros, de lembranças. Sua criação é inexplicável. Ele tem a idéia mas não sabe como começar a transpô-la no papel. O contraste entre o claro e o escuro vai se formando magicamente e surgindo de iniciais borrões. Às vezes ele se arrepende e cobre traços, ou trabalha o segundo plano para conseguir harmonia.

O artista não tem uma explicação sobre suas obras, mas admite que em seus trabalhos estão presentes suas lembranças: a águia real do portão de ferro de sua antiga casa, as histórias em quadrinhos que apreciou na infância, os filmes de monstros que via, entre outros.

Desenho

Teve o primeiro contato com desenho ainda na infância e quase que involuntariamente. Marcelo diz nunca ter tido facilidade para o desenho e sim verdadeira paixão, o que o fez aperfeiçoar a técnica.

Seus desenhos são muito detalhistas e sofisticados. Seria impossível passar isso através da pintura. Sua obra é realizada com afinco e despojada de artifícios. É uma verdadeira lição do desenho autêntico. Suavidade e firmeza de linhas, densidade, profundidade e domínio técnico de traços.

Hoje não faz mais ilustrações pois adquiriu a opinião de que as ilustrações na maioria das vezes são desnecessárias e não precisam complementar um texto.

Obra e Entendimento

É uma arte forte pois um único pensamento se transforma numa única imagem. Tudo forma um universo particular, requintado, próprio e inconfundível. Esse universo faz parte de outro maior, mas isso não lhe rouba a individualidade, apenas a acentua.

O conteúdo narrativo de suas obras é a própria forma, ou seja, não há divisão entre o conteúdo e a forma. Assunto e tema são uma única coisa. Grassmann domina sua arte e por isso é considerado um artista maduro graças à sua mente aberta, mãos habilidosas, recepção e transmissão. Para ele, evolução e maturidade estão ligadas à evolução e maturidade de seu assunto. Quanto mais ele se aprofunda no tema, mais aflora sua genialidade, tornando sua arte abrangente e completa.

Marcelo Grassmann está ligado ao grotesco (linha austríaca plena de imaginação, volutas, representação de formas e idéias excêntricas), assim como Bosch, Goya e Kubin.

As particularidades de Grassmann são metafísicas (fora dos padrões) e fantásticas (existência do irreal), dois termos que designam o que é fora do convencional, inesperado e não existente como se pensa pois muito do que é retratado, se devidamente observado sem os olhos da rotina, não se torna tão absurdo.

Em suas obras, há um ritmo especial de claro e escuro, nuances de cinza, traços intensos e vigorosos.

Tempo

As figuras de Marcelo Grassmann são arcaicas, guerreiros, damas, animais híbridos entre outros. Há semelhanças com o período medieval mas isso não sugere tempo. Sua obra é atemporal já que não constam arquitetura ou objetos. São perenes e eternas, portanto existentes. São símbolos, mas que não participam de histórias simbólicas.

Vidência

A vidência é o método utilizado por Marcelo Grassmann para penetrar no outro espaço, transformando suas fantasias em existentes. Verdadeiros “signos” onde o artista circula e se expressa. Um gênio da arte que no ato da criação é um médium de si mesmo permanecendo alerta, receptivo e desprovido de razão coercitiva, não se sabendo portanto com o que se põe de acordo.

A iconografia deste mestre inclui o fato de seu trabalho ser aceito e compreendido por outras pessoas que talvez se reconheçam nas imagens reproduzidas. Isso ocorre pelo simples fato de Marcelo registrar e organizar o que as pessoas obscuramente já sabem. São imagens novas mas que já foram produzidas por outras pessoas. A vidência do artista que o permite guardar a “viagem” na memória e fazê-la tomar forma é a responsável por isso e essa é a principal razão de tanto sucesso. Essa vidência seja talvez como uma ciência, um saber, pois é quase impossível imaginar sem ter referências, e imaginar sem reproduzir não é científico. Por ser uma obra que parte do imaginário, cabe ao expectador uma atitude especial. Para que haja entendimento, quem vê deve aceitar o inexplicável, o oculto, o irracional como método e campo de ação. Artista e expectador devem “viajar” na mesma sintonia.

Grotesco

Palavra usada originariamente para designar um tipo de ornamento descoberto na Itália em escavações realizadas no século XV. Era uma arte romana antiga, um velho fenômeno expressivo. Para alguns inclui as artes chinesa, etrusca, asteca, germânica antiga. Hoje é uma referência geral pois seus conceitos se alargaram muito. Muitos criticam o grotesco numa luta travada entre o realismo psicológico ou entre o naturalismo e a imaginação.

Casa da Cultura Marcelo Grassmann - Amâna Pedro.

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