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Comunicações

Quando São Simão emancipou-se de Casa Branca, o governo municipal entendeu, por bem, fazer melhorias na cidade. Uma delas era que a comunicação postal entre esta cidade e a capital da província ( São Paulo ) simplesmente não existia. Para uma pessoa que quisesse se comunicar com outra que morasse em São Paulo, precisaria escrever uma carta e se valer de algum favor de alguém que fosse viajar ( por estradas precárias ) em carro de boi ou a cavalo até a cidade de Casa Branca que distava dez léguas ( 70 km ).

Dali existia um serviço postal onde uma pessoa era incumbida de fazer o percurso a cavalo até a capital passando por outras cidades para recolher as correspondências. Em síntese: A comunicação entre São Simão e São Paulo às vezes demorava até 18 meses. A Câmara queria um serviço de estafeta onde haveria três viagens por mês para a capital. Depois de uma tentativa sem sucesso, conseguiu do administrador da província um serviço de 2 vezes por mês com um "estafeta" que fazia o percurso saindo da fazenda Santa Maria ( em São Simão ), passava pelo centro de nossa cidade, dirigia-se depois a Santa Rita do Passa Quatro, Pirassununga e S. João do Rio Claro. Dali não sabemos se era o mesmo cavaleiro que fazia a viagem a São Paulo ou se as correspondências eram entregues a outrem que fazia a viagem para capital. O certo é que São Simão já podia se comunicar pelo serviço de correio.

Em 1.882 a Cia. Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação chegava a São Simão. A estação foi construída ( atual prédio da Polícia Militar ) e o telégrafo da própria ferrovia ali instalado servia aos moradores. Mesmo quando a agência de Correios já funcionando na cidade passou a ter o serviço telegráfico ( inclusive com o telégrafo nacional, coisa que a ferrovia não tinha ), os moradores preferiam o telégrafo da ferrovia que funcionava 24 horas por dia ( o correio não ) sendo que o telegrama passado na estação ferroviária quando recebido na estação de destino era entregue em mãos do destinatário pois a própria empresa tinha seus funcionários que se dirigiam às casas para entrega da correspondência.

Obviamente, para as cidades que não eram servidas pela malha ferroviária da Mogyana, o telégrafo utilizado era o da agência de Correios que funcionava durante o dia.

Em 1.896 Cláudio Louzada instalou a primeira linha telefônica da cidade. De sua fazenda ( fazenda Santa Maria ) ele se comunicava com os funcionários que trabalhavam na sua máquina de beneficiar café situada na rua Quintino Bocayuva. Em janeiro de 1.906, para que uma empresa de Cravinhos não estendesse seus serviços até São Simão, a Câmara concedeu a um engenheiro radicado na cidade que montasse uma empresa telefônica no município cujo nome foi "Empreza Telephonica de São Simão" em um imóvel que fica no atual calçadão da cidade e que hoje é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia. Em 1.907 foram colocados postes até Cravinhos e as duas empresas se interligaram para oferecer ligações interurbanas.

Em 1.912 a Rede Telephonica Bragantina ( uma das maiores da época ) comprou a empresa simonense porém, se por um lado os serviços de ligações interurbanas era maior, por outro havia uma cobrança exagerada de taxas.

A Bragantina (*) foi vendida para a Cia Telefônica Brasileira ( que apesar do nome era estrangeira ). Em 1.925 foram colocados postes telefônicos ligando São Simão a Luiz Antônio sendo que naquela cidade tal serviço pertencia à Prefeitura.

Até o início da década de 1.970 os serviços telefônicos eram muito precários em todo o país. Para se fazer uma ligação de São Simão, por exemplo, para qualquer outra cidade era necessário pedir uma ligação para a telefonista e aguardar por várias horas para a ligação ser feita pois uma telefonista contatava a outra da cidade próxima e assim sucessivamente até chegar ao destino. As ligações interurbanas geralmente eram péssimas para se ouvir e bem poucos tinham os aparelhos nas residências.

Atualmente, como ocorre em todo o país, o serviço telefônico funciona com perfeição para transmissão de voz e de dados ( internet, por exemplo ).

Quando se fala em comunicações, pensa-se também em jornais, rádio televisão...

São Simão não teve qualquer canal próprio de televisão. Nem mesmo comunitário ( como é permitido por lei ).

Com a regulamentação das chamadas "rádios comunitárias" através de lei federal promulgada no final da década de 1.990, em São Simão foi criada uma associação cultural comunitária que postulou a sua emissora junto a Agência Nacional de Telecomunicações tendo apresentado toda a documentação para a concessão de uma faixa em freqüência modulada. Aliás, os primeiros testes radiofônicos feitos em São Simão datam do início do século ( quando as emissoras privadas nem existiam ) sendo até injusto que esta cidade não possuísse uma emissora.

São Simão teve, por muitos anos, foi um serviço de alto falante na "Praça da República" conhecido por "M3" onde as músicas eram apresentadas mescladas com propagandas e notas de utilidade pública.

Propaganda do serviço de alto-falante.
licença conseguida em 1.949 para funcionamento das 19 às 22 horas.

Como exigia a legislação autoritária ( apesar de já vigorar a Constituição Federal de 1.946 ) este precisava ser autorizado para funcionar pois o "Estado" ainda parecia viver sob o manto de "Getúlio Vargas" vigiando seus cidadãos até no que eles poderiam ouvir!


Locutor Pedro Tóffoli em 1.958 fazendo seu programa

O serviço na praça acabou e foi substituído pelos alto-falantes da Igreja Matriz que passaram a divulgar praticamente algumas Notas de Falecimentos até 1.998 quando não mais funcionaram.

Na comunicação escrita, tivemos diversos jornais em sua história. O mais importante foi, sem sombra de dúvidas, "O Trabalho", que era um semanário que circulou por quase um século e que encerrou suas atividades na década de 1.990. A falta de investimento em novos maquinários para a sua gráfica ( tornando suas edições caras ) e os diversos planos econômicos ( notadamente um plano econômico durante a gestão do presidente Fernando Collor ) pôs fim ao "O Trabalho". Apareceram outros três jornais nos últimos anos. Atualmente circulam na cidade o "Nosso Vale" e o "Bis".

(*) na cidade de Bragança Paulista existe um museu com fotos e aparelhos daquela empresa telefônica.

Fotos cedidas pelo sr. Pedro Tóffoli

 

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