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Epidemia de Febre Amarela

São Simão teve três grandes epidemias de febre amarela que dizimou a zona urbana e rural.

A febre amarela era conhecida também pelos nomes "Mal de Sião", "Vômito Negro", "Tifo Amaril" e "Mal das Antilhas".

Entre 1.850 e 1902 a cidade do Rio de Janeiro freqüentemente tinha epidemias de febre amarela dizimando cerca de 1.000 pessoas por ano em média. Através de marinheiros a epidemia chegou ao porto de Santos em 1.895 e por este motivo, a Secretaria de Negócios do Interior recomendou a São Simão uma cuidadosa vigilância sobre todos os passageiros chegados de trem do litoral, além de desinfecção de vagões e bagagem.

Obviamente isto não foi feito, e se o foi, foi mal feito eis que em 1.896 iniciava a primeira epidemia de febre amarela. O dr. João Fairbanks ( médico e vereador ) requereu a compra pela Câmara Municipal de alimentos aos indigentes bem como caixões e medicamentos.

O problema é que os médicos que trabalhavam na cidade ( doutores João Fairbanks, Jorge Fairbanks, Júlio Viana Barbosa, José Silveira Neto Leme e Alfredo de Araújo ) não chegavam a uma conclusão de como se pegava a doença ou uma forma eficaz de tratamento.

A doença ia fazendo suas vítimas... Políticos e médicos chegaram à conclusão que os cadáveres poderiam ser enterrados no cemitério da cidade em uma vala comum que foi aberta em julho de 1.896 ao redor daquele. A vala foi enchida de cal e em toda a extensão foram colocadas lâminas de zinco ( para que não houvesse infiltração e a doença, segundo o pensamento da época, não se espalhasse ). O medo era tanto que foram plantados eucaliptos próximos às valas ( não se sabe bem a finalidade ) e em cada lugar onde os cadáveres eram colocados ainda jogava-se por cima mais 30 quilos de cal, sendo que o lugar ficava também interditado!

De nada adiantou. Os casos da doença foram aumentando e as pessoas começaram a achar que o mau cheiro a transmitia. O dr. João Fairbanks pediu, então, para que um outro cemitério fosse construído bem longe "do último arrabalde da cidade". Imediatamente a Câmara resolveu a questão ( já que a mesma - naquele tempo - detinha poderes executivos ) determinando a abertura de um cemitério na zona rural de São Simão, a aproximadamente 500 metros da estação ferroviária de Bento Quirino.

A população urbana ( a maior parte vivia na zona rural ) de São Simão era de 4.000 pessoas. Morreram aproximadamente 800 pessoas na cidade. Dos sobreviventes, boa parte abandonou a localidade fugindo para outras localidades da região onde eram mal recebidos em virtude do medo de contaminação. O Jornal "O Estado de São Paulo" em edição de 8 de maio de 1.897 informou que São Simão nesta época ficou com 2.500 pessoas.

As ruas ficaram desertas. As casas abandonadas. Os inspetores sanitários pediram para que ninguém voltasse por algum tempo, conselho este que foi seguido à risca e de forma exagerada. As famílias que abandonaram a cidade passaram a viver em Nhumirim ( vila próxima a Sta. Rosa de Viterbo ), Ribeirão Preto, Cravinhos, Cajuru, Icaturama ( Sta. Rosa de Viterbo ).

Em Ribeirão Preto ( vila pequena na época ), os habitantes de São Simão ficaram alojados na Fazenda Palmeiras. Os muitos que morreram de febre amarela naquela fazenda foram ali mesmo enterrados ( havia um cemitério na fazenda ). O bairro "Ipiranga" da então vila de Ribeirão Preto chamava-se "Barracão" pois o comando sanitário levava os refugiados para barracões localizados naquela localidade e os deixava de quarentena.

Em 1898 houve novo surto de febre amarela. A Câmara Municipal mudou sua sede temporariamente para local afastado da cidade, todavia o surto foi pequeno mesmo porque a população tinha sido dizimada com a primeira epidemia.

Todas as pessoas que tiveram febre amarela neste período foram sepultadas no novo cemitério da zona rural de São Simão.

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