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Infra-Estrutura

No século XIX a infra estrutura para se morar em toda a região era precária. Não havia energia elétrica, os serviços de entrega postal eram precários, as ruas não eram sequer cobertas por cascalho, não havia serviço de água encanada e sequer esgotos.

Casa Confiança
Senzala
Prédio no início séc. XX - Rua Deodoro da Fonseca.
Senzala para abrigar os escravos que trabalhavam nas lavouras de café de São Simão.

Ainda assim era melhor morar em São Simão que nas outras cidades da região eis que a comarca era aqui e, portanto, o governo municipal quando fazia melhorias primeiramente aplicava-as nesta cidade e depois é que se pensava em fazê-las em Jatahy ( Luiz Antônio ), Ribeirão Preto, Cravinhos, Serra Azul, etc. Por isso é que aquele que desejava estudar procurava as melhores escolas que estavam situadas em São Simão. Foi o caso, por exemplo, de Alberto Santos Dumont que estudou em uma escola particular nesta cidade ( foto 3 ) cujo prédio não existe mais, prédio este que serviu posteriormente para ser utilizado, dentre outros fins, como sede da Câmara Municipal e que se situava onde hoje é o Fórum.

Câmara Municipal de São Simão
Residência Domiciano Correa
Antigo Prédio da Câmara Municipal de São Simão.
residência do séc. XIX.

No dia 16 de junho de 1.888 o gerente da Companhia Melhoramentos ( Dr. Jorge Cesimbra Fairbanks ) propôs para a Câmara Municipal ( era a Câmara quem governava a cidade ) que sua empresa fosse contratada para canalizar água potável para a Vila.

A proposta foi aceita e a empreiteira contratada. A água era captada na serra e parava em um reservatório próximo a atual Santa Casa. Nesta época só ficou com água encanada o gerente da empreiteira, o prédio da foto 2, a praça que ficava na frente do edifício acima, a praça da matriz velha ( onde é o prédio da biblioteca ) e outra na frente da matriz nova ( atual igreja de São Simão ). Saliente-se que havia apenas uma única torneira nas praças para uso comum.

A água era pouca e por isso a empresa foi novamente contratada para captar água que agora não seria da serra, mas do rio. O serviço melhorou, porém água era ainda artigo raríssimo só sendo servido na cadeia, no Paço Municipal na Guarda e numa pequena fonte colocada na frente da matriz durante alguns dias santos. O Dr. Jorge estava autorizado a construir uma caixa d’água com 500 litros e colocar torneiras em outros locais da cidade ( a seu critério ) que receberiam água da caixa! Em outras palavras: O serviço - para os padrões da época - era uma maravilha ( mesmo porque água encanada ainda não existia na maioria das cidades brasileiras ) e lamentável para os padrões de hoje.

São Simão durante a noite ficava às escuras. Enquanto que na capital do império havia modernidade pois a iluminação era feita com algumas raras e pequenas lamparinas queimando óleo de baleia, sendo substituídas posteriormente por lampiões à querosene, nossa cidade nem isto tinha.

Rua Rodolfo Miranda
Familia do inicio do século
  • A foto à esquerda mostra a Rua Rodolpho Miranda, onde é hoje o "calçadão". A exemplo de toda a cidade de São Simão, a rua era de "terra" sem qualquer tipo de pavimentação e a bela jovem era a Srta. Francisca Zerbetto no ano de 1.930.

  • A foto mais à esquerda mostra que, o que não faltava em São Simão, no início do século XX, era muito "mato" para tirar fotos, que por sinal só as famílias abastadas podiam se dar a este luxo.

O sol se punha e tudo ficava às escuras. Desta forma a Câmara decidiu em junho de 1.888 contratar Felício Antônio Finamore para colocar 50 "combustores de querosene". A iluminação ainda era precária e, com o passar dos meses, foram acrescidos vários lampeões.

Em 1.889 foi formada a "Empresa de Luz Elétrica da Cidade de São Simão" que contratou o engenheiro Gustavo Mahlow para a abertura de um canal no rio São Simão. Na fazenda Álvaro Pompéia foi instalada a usina e parte da cidade era ilumidada em 1.900 com luzes elétricas. A iluminação era uma porcaria pois São Simão tinha 105 lâmpadas de 32 Velas. A Câmara proibiu a colocação de luzes nas casas para não piorar ainda mais a iluminação pois isto tiraria energia dos postes. O problema é que o abastecimento de água potável era escasso, e por isso parte da água do rio São Simão foi utilizado para tal fim. Desta forma a energia diminuiu e por isso seria necessário trocar as lâmpadas de 32 velas por lâmpadas de 16 velas.

Para contornar o problema de captação de água, a Câmara autorizou a construção de uma represa próximo à ponte da rua Rodolpho Miranda e comprou a empresa de eletricidade para tentar solucionar a falta de energia. Dr. Jorge Fairbanks propôs que sua empresa ( a Cia Melhoramentos ) fornecesse energia para a cidade mas a Câmara não aceitou pois estava fazendo o serviço.

Esta história toda foi parcialmente solucionada com a construção da usina hidrelétrica de Itaipava, no rio Pardo ( no município de Santa Rosa do Viterbo ) porém, se por um lado houve mais energia, por outro esta mesma energia era distribuída para 5 cidades ( São Simão, Sta Rosa, Cajuru, Serra Azul e Luiz Antônio ) acarretando novos racionamentos no começo do século XX. A empresa dona da hidrelétrica era a "Cia de Eletricidade São Simão-Cajuru" que funcionou até 1.960.

Compania Elétrica São Simão - Cajuru
Escritório da Cia Elétrica São Simão-Cajuru

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Fotos 1,2,4 - Acervo da Fundação Cultural Simonense. Foto 3 - In: "Elementos para História de São Simão", prof. Fausto P. Oliveira, 1a edição, 1975, pg. 49. Fotos 5 a 7 : Acervo do sr. Pedro Tóffoli

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